Oi, pessoal! Hoje tentei escrever mais um conto para vocês, dessa vez um pouco diferente do que escrevi para o Halloween. Dei a ele o nome "O que houve, Bradley Cooper?". Enfim, espero que gostem do resultado :D
Aos 16 anos, Bradley Cooper não era do tipo de garota que costumava se comunicar, nem mesmo com os próprios pais. Quando lhe perguntavam algo, costumava acenar em resposta, seja afirmativa ou negativamente, e, para ela, isso sempre bastou. Não era o tipo de garota perfeita: mantinha notas baixas (propositalmente), andava usando seu casaco de lã-marrom, geralmente acompanhado por um de seus vestidos floridos findável na altura de seus tornozelos esqueléticos, e sapatos desgastados que pertenciam a sua avó. Parecia fria, mas, por dentro, estava ardendo em chamas.
— Bradley, sabe a resposta? — disse a professora Srta. Prescott, apontando para o problema em andamento na lousa que ficava à frente da sala de aula onde Bradley costumava passar as manhãs.
160. Essa era a resposta para o problema transcrito pela Srta. Prescott, isso é, se desconsiderassem o número 9 acrescentado propositalmente para enganar os alunos, mas Bradley o havia desvendá-do. Porém, a garota acenou em negação, fingindo não sabê-la.
Havia sido sua primeira mentira durante àquele dia.
Quando o sinal havia tocado, uma garota robusta chama Agnes lhe dera um forte soco no estômago, levando Bradley a cair de joelhos, deixando que a garota roubasse de dentro de sua bolsa o sanduíche com salada de ovos que sua mãe havia lhe preparado logo mais de manhãzinha.
— Se contar isso à alguém, considere-se sem olhos — disse Agnes, apontando em direção à Bradley com seu dedo indicador.
Encolhida sobre o chão, contorcendo-se de dor, Bradley chorou, suas lágrimas ardentes à fogo. Pessoas como Agnes tendiam a cruzar seu caminho e, muito embora aquela não fosse a primeira surra que levara, não estava acostumada a recebê-las. Não estava acostumava a entrar em chamas.
— Que isso fique bem claro, sua vaca — Agnes tornou a dizer.
Bradley acenou afirmativamente com a cabeça, mal distinguindo a imagem de Agnes se virar e afastar-se pelo corredor extenso, sobrecarregado de alunos que mal pareciam notá-la caída ao chão frio e mortificante de magnólio.
Em seguida, arrastou-se, muito brevemente, até o banheiro feminino. Pretendia passar o resto de suas aulas ali, na companhia de suas dores mais profundas. Porém, quando a porta se desfez do batente, ela notou Emily e Ashley rindo ali dentro, ao mesmo tempo em que se maquiavam. As duas faziam parte da equipe de torcida. Não faziam parte do pequeno mundo de Bradley.
— Olhe só, Ashley! — disse Emily. — Se não é a roceira esquisita de um casaco só.
Ashley riu com desdém, antes que puxasse Bradley pelo cabelo para impedi-la que desse meia volta e fosse embora dali.
Sem muito esforço, as duas arrastaram Bradley até uma das cabines sanitárias, onde fundaram sua cabeça em direção ao vaso sanitário o mais fundo que puderam e deram a descarga, na tentativa de forçá-la encanamento à baixo. Porém, felizmente, não obtiveram sucesso.
— Vamos, Emily — disse Ashley, apanhando suas coisas. — Essa vaca não vale tanto esforço, assim.
— É, você tem razão, Ashley. — E dito isso, Emily retirou do vaso sanitário a cabeça de Bradley e apanhou suas coisas, antes que saísse às gargalhadas do banheiro, acompanhada por Ashley.
Ali, molhada também por suas lágrimas, Bradley sentia a chama se esvaecendo de seu corpo. Apanhou sua mochila e, de lá, retirou uma pequena lâmina que carregava junto ao suporte de seu aparelho celular. "Apenas alguns cortes", disse a si mesma, em pensamento, é claro. Em seguida, levantou as mangas encharcadas de seu casaco. Várias cicatrizes se puseram a mostra, todas em horizontal. Respirou fundo.
— Vai ficar tudo bem — disse, alto e claro, para si mesma, pela primeira vez em muitos anos.
Logo em seguida, desenhou uma cruz, um tanto profunda para os cortes que estava acostumada a desenhar. Sentiu os pulsos jorrarem, pouco a pouco, como jorram as águas de uma pequena cascata avermelhada.
Com toda certeza, não seria um ato pelo qual Deus se orgulharia, mas quem sabe, dessa forma, encontrasse aquilo que tanto procurava: viver.
— Bradley, sabe a resposta? — disse a professora Srta. Prescott, apontando para o problema em andamento na lousa que ficava à frente da sala de aula onde Bradley costumava passar as manhãs.
160. Essa era a resposta para o problema transcrito pela Srta. Prescott, isso é, se desconsiderassem o número 9 acrescentado propositalmente para enganar os alunos, mas Bradley o havia desvendá-do. Porém, a garota acenou em negação, fingindo não sabê-la.
Havia sido sua primeira mentira durante àquele dia.
Quando o sinal havia tocado, uma garota robusta chama Agnes lhe dera um forte soco no estômago, levando Bradley a cair de joelhos, deixando que a garota roubasse de dentro de sua bolsa o sanduíche com salada de ovos que sua mãe havia lhe preparado logo mais de manhãzinha.
— Se contar isso à alguém, considere-se sem olhos — disse Agnes, apontando em direção à Bradley com seu dedo indicador.
Encolhida sobre o chão, contorcendo-se de dor, Bradley chorou, suas lágrimas ardentes à fogo. Pessoas como Agnes tendiam a cruzar seu caminho e, muito embora aquela não fosse a primeira surra que levara, não estava acostumada a recebê-las. Não estava acostumava a entrar em chamas.
— Que isso fique bem claro, sua vaca — Agnes tornou a dizer.
Bradley acenou afirmativamente com a cabeça, mal distinguindo a imagem de Agnes se virar e afastar-se pelo corredor extenso, sobrecarregado de alunos que mal pareciam notá-la caída ao chão frio e mortificante de magnólio.
Em seguida, arrastou-se, muito brevemente, até o banheiro feminino. Pretendia passar o resto de suas aulas ali, na companhia de suas dores mais profundas. Porém, quando a porta se desfez do batente, ela notou Emily e Ashley rindo ali dentro, ao mesmo tempo em que se maquiavam. As duas faziam parte da equipe de torcida. Não faziam parte do pequeno mundo de Bradley.
— Olhe só, Ashley! — disse Emily. — Se não é a roceira esquisita de um casaco só.
Ashley riu com desdém, antes que puxasse Bradley pelo cabelo para impedi-la que desse meia volta e fosse embora dali.
Sem muito esforço, as duas arrastaram Bradley até uma das cabines sanitárias, onde fundaram sua cabeça em direção ao vaso sanitário o mais fundo que puderam e deram a descarga, na tentativa de forçá-la encanamento à baixo. Porém, felizmente, não obtiveram sucesso.
— Vamos, Emily — disse Ashley, apanhando suas coisas. — Essa vaca não vale tanto esforço, assim.
— É, você tem razão, Ashley. — E dito isso, Emily retirou do vaso sanitário a cabeça de Bradley e apanhou suas coisas, antes que saísse às gargalhadas do banheiro, acompanhada por Ashley.
Ali, molhada também por suas lágrimas, Bradley sentia a chama se esvaecendo de seu corpo. Apanhou sua mochila e, de lá, retirou uma pequena lâmina que carregava junto ao suporte de seu aparelho celular. "Apenas alguns cortes", disse a si mesma, em pensamento, é claro. Em seguida, levantou as mangas encharcadas de seu casaco. Várias cicatrizes se puseram a mostra, todas em horizontal. Respirou fundo.
— Vai ficar tudo bem — disse, alto e claro, para si mesma, pela primeira vez em muitos anos.
Logo em seguida, desenhou uma cruz, um tanto profunda para os cortes que estava acostumada a desenhar. Sentiu os pulsos jorrarem, pouco a pouco, como jorram as águas de uma pequena cascata avermelhada.
Com toda certeza, não seria um ato pelo qual Deus se orgulharia, mas quem sabe, dessa forma, encontrasse aquilo que tanto procurava: viver.
Por hoje é isso, pessoal! Um forte abraço e tchau, tchau :D
Oi, Ulisses! Obrigado pelo seu comentário :D
ResponderExcluirJá estou seguindo seu blog, também! Adorei a história de 'A simplicidade de um momento inesquecível'! Parabéns!!!
Abraços!